por 2 Cotas » quinta mar 01, 2007 12:04
Lá tinha que ser. Por tudo e por nada acabo sempre metido ao barulho. Sempre. Rázparta!
Mas deixem-me lá confessar que a cena dos DNF é sempre mais colorida. Chegar a um sítio qualquer e dar com a coisita escondida displicentemente debaixo de umas pedras, abrir aquilo e deparar com a tralha habitual, só já provoca na maria uma tristeza infinda: Yeah, raite, muitachiro!
Ou então sair a horas ao almoço ir ali abaixo ao fundo da rua numa corridinha e voltar a tempo de poder comer as favas com chouriço das quartas. Ou só o chouriço.
Andar pendurado no pulo do lobo, com 4 manfios a deslizar permanentemente pelas fragas abaixo durante a 3ª visita, 99% do tempo a menos de 2 metros, não ter rede nem para desancar no gajo, (Sr.), é que dá pica. Nessa altura até daria gozo puxar dos galões e do alto dos meus Founds todos, mandar uma bojarda assim tipo: “vi uma mão cheia de locais com sinais de revolvidos e uns restos de sacos de lixo”, e ficar a ver o pobre, (pobre?), entrar em transe e sair do Chile a tempo de ir lá e voltar antes de entrar ao serviço ás 8h30m. Mesmo que me estivesse a referir, apenas e só, ao parque das merendas.
Confesso que já tive vontade de logar um DNF ao domingo á noite numa cache longínqua de uma mão cheia de atrás adosmenta is. Ir lá busca-la e recicla-la também já me passou pela mente, mas dá muito trabalho. Prefiro ir com martelo de pedreiro “retirar umas amostras” no exterior do buraco da agulha em dia de enchente.
Só ainda não consegui foi adaptar-me a um problema existencial recorrente. A que distancia é que devo fazer uma NOTE e não um DNF. O meu palmo tem 23 cm, faço a um ou a dois? Se estiver a um passo do ponto zero, o erro que o artolas do owner não soube corrigir for superior a 5 metros, estiver nevoeiro e a paciência for pouca como faço? Berro impropérios a quantos decibéis e palermices em que tipo de log?
Se a po’’a do jipe resolve armar-se em parvo a 3 km em linha recta do ponto zero é caso de um DNF? Suponho que colocar uma nota na cache a explicar as implicações físico-químicas do DNF é um tanto disparatado. Sei lá, digo eu…
Piadapiada tinha era levar um gravador e colocar online a totalidade dos diálogos dos DNF. Sem cortes, edições ou musica de fundo. Só mesmo os comentários. E depois fazer uma outra estatística em que a classificação era directamente proporcional ao colorido dos adjectivos. Assim tipo: “as caches do fulano tem uma cor escura ”, “as do sicrano são duma cor que não vem no arco íris”, “as do Beltrano são acastanhadas”.
Já estive a 20 cm de uma cache que lá esta. E o meu problema agora não é voltar lá, é segurar o gajo para que ele não vá lá todos os fins-de-semana esteja sol ou faça chuva. Brisa ou temporal. Um dia destes desisto e deixo-o ir. Tenho é que resolver o problema de explicar a GNR que andar de caçadeira na mão na baixa de Sines não é maluquice, mas mesmo e só para apanhar um pato que vai passar por ali não tarda nada.
Se ele passar com ela na mão, a cache, e lhe acertar, logo um FOUND?
A vida é muito difícil.
