Venho reiterar o meu anterior discurso.
Muito obrigado pelas sugestões.
No sábado, bastante cinzento e mal humorado, saímos por volta das 9:30 de Bucelas em direcção a Alcochete para apanhar a N4. Optamos ir pela nacional por duas simples razões: o trajecto é sempre mais interessante pela nacional e por razões económicas (o preço da portagem equivale ao gasóleo gasto...).
O primeiro ponto uau foi a Ponte Vasco da Gama e a vista que proporciona sobre Lisboa. Seguimos calmamente pela estrada e a primeira paragem foi na igreja de
Santo Isidoro de Pegões onde tivemos a sorte de puder entrar na igreja uma vez que se ia efectuar um casamento - tendo sido avisados para não pisar a carpete vermelha que percorria a igreja.
Faço agora um aparte para mencionar que a terra natal do meu amigo é Goa, local com uma fortíssima ligação ao cristianismo e a Portugal. É difícil percorrer mais de 500 metros sem vermos algo ligado à cultura cristã seja igrejas, cruzes, capelas, cruzeiros, estátuas, imagens, enfim... Digo-vos que em artefactos religiosos Fátima fica-lhes a dever bastante.

Adiante.
A arquitectura da igreja fascinou a trupe que me acompanhava, e eu a pensar: um ponto a favor do GC. Voltamos à estrada e na pequena aldeia logo após Vendas Novas consegue-se ver uma igreja com um formato triangular que eu apontei ao meu amigo. Em tom de brincadeira a conversa incidiu sobre que tipo de formas geométricas já teriam sido utilizadas para construir igrejas. A paisagem foi deixando-o deliciado pois tem uma manifesta paixão pela agricultura e pecuária mencionado que gostaria de ficar num dos típicos montes alentejanos dedicando-se a tal.
Chegamos finalmente a Évora fomos directamente para o interior das muralhas em busca de estacionamento, tarefa essa que em condições normais já é custosa mas nesse dia foi particularmente penosa. Calhou fortuitamente visitar Évora em plena semana académica e pior, na manhã da bênção das pastas.
A primeira paragem foi a Igreja de São Francisco, local onde estava a ser realizada a cerimónia, e a anexa Capela dos Ossos. A Igreja estava apinhada de estudantes/ex-estudantes e suas respectivas famílias. Lá nos conseguimos escapulir entre a multidão e entramos na Capela dos Ossos. O sentimento de atmosfera pesada e macabra invadiu-me da mesma maneira que há uns valentes anos.
Durante esta visita fui-me apercebendo do prazer que foi mostrar este cantinho que consideramos "nosso" a outrem cujas raízes são tão distintas. Pude enfim compreender o que sentiram os meus guias na altura. Como turista os nossos olhos deslumbram-se perante a novidade que o local proporciona e tentamos assimilar a envolvência dos locais por onde passamos, porém ainda não havia estado na pele de guia obtendo satisfação por ver os olhos dos turistas a "beberem" tudo o que estão a ver. É engraçada a experiência e gratificante.
A próxima paragem seria a Igreja de São Francisco mas devido à enorme afluência apenas conseguimos "furar" até ao topo dos degraus, o que apenas nos permitiu ver o tecto e pouco mais. Saímos então em direcção à praça do Giraldo parando diversas vezes para melhor apreciar o artesanato feito em cortiça, algo que fascinou todo o grupo. Enquanto caminhávamos fomos brindados com a bênção do São Pedro que certamente se destinava aos agora ex-estudantes. Findadas as deambulações pela praça entramos na Igreja de Santo Antão onde decorria a missa. Os avisos à entrada diziam algo como: "Não sejam turistas durante a missa". Aguardamos um pouco no interior respeitando o pedido feito no sinal e optamos por sair e continuar a nossa
tour.
Próximo destino: Sé de Évora. Tentando abrigarmos-nos da chuva que já caia com um intensidade considerável lá seguimos jornada até à Sé apenas para ficarmos retido à porta. Já se encontrava fechada para o período de refeição. Sem problema, depois de um café uns bolos seguimos para o Templo Romano de Évora. Bem perto e com ar convidativo estava a Igreja dos Loios e decidimos entrar. Fizemos a visita completa, igreja, convento, claustro. As paredes interiores da igreja estão cobertas de azulejos. Todos feitos com um pigmento que origina aquele tom azul, que gosto bastante, característico dos azulejos portugueses. Azulejos esses que representam autênticos quadros com cenas religiosas. No primeiro andar, já na zona do Palácio (??) conseguimos ter uma vista razoável sobre Évora e avistavamos um grande troço do Aqueduto.
Terminada a visita seguimos rumo à Sé. Na Sé deambulámos livremente pela igreja. A hora já ia adiantada e os nossos estômagos já estavam a pedir alimento arrancamos de Évora em direcção a Vendas Novas para comer umas merecidas bifanas no pão. E meus senhores que
REPASTO, aliou-se a fome à vontade de comer e durante uns minutos apenas ouvimos as conversas circundantes e o ocasional bater de dentes.

Só eu devorei 4 bifanas, escusado será dizer que já nem jantei nesse dia...
Regressamos calmamente a Bucelas com a sensação de um dia bem passado apesar da chuva que ainda caiu e o frio que se fazia sentir por Évora. Possivelmente daria para visitar mais pontos de interesse turístico mas como no dia seguinte havia mais uma maratona optamos por esta volta mais "curta" e ainda restavam uns bons km's até Lisboa.
PS: Isto ficou enorme... No modo de edição nem parecia tão grande.