Este mês calharam as nossas fotos a ser escolhidas como vencedoras dos fotoconcursos. Tivemos a sorte de dar uma volta pela Galiza, numa altura em que o tempo nos brindou com dias excelentes para passear e fotografar. No que respeita ao tema, também tivemos alguma sorte do nosso lado, ao encontrar alguns insectos e répteis bastantes fotogénicos, para além de lesmas, cisnes, gatos, cães e todos os animais que se costumam encontrar quando se parte para fazer caches na cidade ou no campo.
Curiosamente, as duas fotos foram praticamente opostas na forma como foram conseguidas. O candeeiro,
foi efectivamente um golpe de sorte, e de olho. [...]
Quanto ao insecto, deu mais trabalho...
Primeiro ponto: Alguém sabe que insecto é este, que está na fotografia? Nunca tal vimos em qualquer outro lado. A sua couraça parece uma peça única, de ferro fundido. Não testámos a sua resistência (o bicho até foi simpático e paciente), mas tinha ar de quem poderia suportar o peso do mundo. Não encontrámos imagens de outros bichos semelhantes, nem fazemos ideia do que procurar. Alguém sabe?
Tipicamente, a nossa aproximação às caches era feita de duas formas distintas: a Rifkinda à procura da cache, o Rifkind a fotografar tudo. Por mais de uma vez, foi a Rifkinda que encontrou algum insecto (como este) ou réptil (como o lagarto e a cobra) e que me chamou, para o fotografar.
E, fotografar como? A máquina, é uma
Panasonic TZ5. Esta, para além das características que vêm no catálogo, está "kitada" com um risco na lente (da Leica) que na maior parte das vezes não atrapalha.
Para esta foto em particular, foram essenciais:
- o modo Macro, com focagem ao ponto central;
- um bicho muito lento;
- um pau (para onde o bicho trepou);
- muita luz solar;
- muitas fotos (muito, muito importante!);
As fotos foram tiradas em grande angular, na resolução máxima, tão perto do insecto quanto possível (entre 5 a 10cm, que é a distância mínima a que a máquina foca). O "truque" foi tirar muitas fotos, de vários ângulos e rodar o suporte, à medida que o insecto se deslocava lentamente, aproveitando para o induzir a tomar poses mais "dramáticas". As fotos foram sempre tiradas de modo a que o insecto estivesse sempre bem iluminado pelo sol. Apesar da impossibilidade de seleccionar velocidades ou aberturas (este modelo ainda não tem modos manuais), a focagem macro permitiu esbater o fundo. O facto do suporte estar no ar, reforçou ainda mais esse efeito (o fundo estava a mais de 2 metros de distância).
Tiradas várias fotos, a selecção final foi obviamente em casa, num écran grande e sem problemas de bateria. As fotos desfocadas (ou com o foco ao lado) foram apagadas. Há muitas para escolher, não vale a pena guardar todas. O processamento final foi um "crop", recortando a imagem de maneira a maximizar a presença do "objecto" da foto. Escolhi um corte de modo a realçar a divisão em terços (já aqui referida pelo MAntunes, por exemplo).
Não foi necessário qualquer outro processamento e a resolução da foto não foi aumentada.
Podem ver a composição original (relativamente descuidada, já que a preocupação era o centro da imagem) nesta foto:
- Foto directa da máquina, apenas com redução para 800px.
- 20100404-163559-P1430713.JPG (163.92 KiB) Visualizado 1632 vezes
Aquilo que cada um vê da foto, depende de si. O processo acima descrito foi uma tentativa consciente de criar uma imagem com impacto, que desse o destaque merecido a este insecto tão estranho:
No final, para mim, foi isso o mais importante: este é um insecto estranho. Tão estranho que nunca antes vimos outro igual, nem voltámos a ver entretanto. Pode até ser extremamente comum, mas esconde-se bem.
Tudo o resto, bom, em programação chamamos-lhe "açucar sintáctico" e embora possa melhorar (ou não) o aspecto da foto, não altera em nada o protagonista.