Olá a todos,
Tal como o Manel já tinha dito, há
boas novidades acerca deste tema.
Contactei a
GNR de Foz Côa que na pessoa do sr. Comandante do Posto me foi dito que
por eles não há qualquer impedimento para se circular a pé no troço entre Pocinho e Barca d'Alva. Não tem qualquer ordem para patrulhar o troço, e
só poderão intervir caso haja uma solicitação da Refer ou CP para tal. Ou seja, podem estar descansados que ninguém vos vai multar ou chatear por percorrer este troço da linha a pé a não ser que alguém da Refer ou CP peça à GNR para o fazer, o que é pouco provável que aconteca. Além do mais, a grande maioria destes 28kms estão fora do alcance de viaturas mesmo 4x4.
No entanto, o sr. Comandante alertou para o facto de que a caminhada é dura e este factor deverá ser tido em conta quando alguém quiser iniciar a caminhada. É que qualquer problema que haja tal como já foi dito o socorro é muito dificil devido à falta de acessos.
Outra ressalva em relação a furtos. Atenção que apesar da GNR não intervir sem ser solicitada no que toca a caminhadas na Linha já no que toca a furtos de material da mesma eles intrevêem logo. Contou-me que tem por exemplo troços de carris apreendidos de tipos que foram apanhados em flagrante. Por isso, façam a caminhada sim mas não levem nada p.f. Leave No Trace.
Este foi o contacto tido com a GNR local, responsável por grande parte da área do troço Pocinho-Barca d'Alva.
Ainda tive mais um contacto, após o contacto com a GNR. Se este me diz que é a REFER ou CP que podem avançar para uma denuncia, então contactei a REFER. Não contactei a CP porque esta só tem autoridade sobre o material circulante (carruagens) e exploração das linhas. É à REFER que compete a administração das linhas propriamente ditas, inclusivé as desactivadas.
E ao
contactar a REFER fui encaminhado para a
Direcção do Patrimómio Imobiliario, na pessoa do
dr. Luis Silvestre, que é nada mais nada menos que o
Coordenador do Plano Nacional das Ecopistas! Este sr.
também não pôs qualquer entrave a que se circule neste troço, mas deixou alguns alertas, nomeadamente o estado de degradação do troço (não tem manutenção, logo podem haver perigos escondidos, que no entanto nós já o conheçemos, desde quedas de pedras, estado das pontes, etc) e para um aspecto muito importante, que é o de
pedir uma autorização à REFER para percorrer a Linha. E porquê? Imaginem que alguém tem um acidente e precisa de ser socorrido. Se não houver uma autorização formal para se estar ali, nenhum seguro vos pode valer, além de no extremo terem aí sim de pagar uma multa. Isto porque de facto o decreto-lei citado na dita placa no Pocinho ser omisso em relação às linhas desactivadas, o que pode levar a lei a ser interpretada como sendo válida para estes casos também. Resumindo, se tudo correr bem e se nada de mal acontecer durante o percurso não há qualquer problema e podem ficar descansados, mas se algo acontecer enquanto lá estiverem podem ter problemas.
Assim, e para concluir,
quando planearem fazer o percurso, devem pedir autorização à REFER para tal, nomeadamente por escrito à Direcção de Património Imobiliário, que fica na Estação de Sta Apolónia, 1100-105 Lisboa. Deixo o mail do dr. Luis Silvestre e o seu contacto directo:
lssilvestre@refer.pt , 211022395. Podem sempre contactá-lo para qualquer dúvida, mas para pedir a autorização deve ser directamente à direcção (não sei qual é o mail).
Este sr. foi muito simpático, e deu para trocar umas impressões sobre o estado das linhas no país, inclusivé as suas palavras fizeram-me ver com outros olhos a reabilitação de linhas antigas e a questão do TGV, por exemplo.
Aqui fica a minha colaboração neste caso. Na minha opinião,
podem continuar a fazer como antes sem problemas, mas p.f. avaliem bem as condições físicas de todos os intervenientes, isso pode ditar o insucesso da expedição! Se possível, os próximos que contactem a REFER para ver o que vos dizem, e depois deem-nos o feedback.
Boas caçadas e boas caminhadas,
Cláudio Cortez