Para além das variáveis de exposição que se controlam para cada fotografia (a abertura e o tempo de exposição) também temos que considerar a sensibilidade do filme que está na máquina (isto para quem ainda gosta de trabalhar à antiga ). A emulsão de um filme fotográfico pode ser mais ou menos sensível à luz, necessitando por isso de uma maior ou menor exposição.
Praça do Giraldo, Évora (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, AGFA APX400) Utilizando um filme rápido de 400 ISO - Imagem nocturna captada sem precisar de tripé.
A sensibilidade das películas é expressa numa escala ISO (anteriormente designada ASA). Também esta escala é logarítmica, pelo que um filme com uma sensibilidade de 400 ISO precisa de metade da luz do que um rolo de 200 ISO para produzir a mesma exposição. Usando filmes mais sensíveis (mais “rápidos”) podemos usar menores aberturas para obter maiores profundidades de campo. Mas na fotografia nada se obtém de graça. Quanto maior for a sensibilidade de um filme menor será a sua definição e mais grão terá a fotografia. A menor definição e o grão serão tanto mais visíveis quanto mais se ampliar a imagem.
A gama de filmes disponíveis em quase todas as lojas de fotografia abarca as seguintes sensibilidades: 25, 50, 100, 200, 400 e 800 ISO. Também se encontram filmes com valores intermédios de sensibilidade, por exemplo 160 ISO (2/3 de ponto mais rápido do que um filme de 100 ISO). Mas a sensibilidade de cada filme é apenas um indicador da exposição para a qual um filme foi concebido. Pode-se escolher na máquina outro índice de exposição que não a sensibilidade indicada para o filme. Se as condições de iluminação o exigirem, e não tivermos um filme mais rápido connosco, podemos “puxar” qualquer rolo em até 2 pontos, ou seja, por exemplo, podemos fotografar com um rolo de 200 ISO como se ele fosse de 400 ou 800 ISO (regulando manualmente o índice de exposição da máquina). Também esta facilidade tem o seu preço e obteremos fotografias com mais grão e maior contraste. Mas atenção, para que um rolo “puxado” seja correctamente revelado temos que informar o laboratório do índice que utilizámos para o expor.
Há uns anos atrás, numas férias pela Austria/Itália/Croácia/Eslovénia fiquei com as minhas fotos praticamente todas estragadas, na altura a minha máquina não era digital. As fotos apareciam quase todas com muitos pontinhos, tipo grãos de areia. O problema depreendia-se com o índice de exposição vs a sensibilidade do filme que tinha usado e que não era o mais indicado.
Não sei se já vos aconteceu algo do género apesar de agora praticamente só se usar máquinas digitais/reflex.
Nota: parte do texto foi gentilmente cedido por Rui Grilo.