Como é o geocaching em Portugal?

[hugonluz]

Olá a todos,
tenho andado a navegar pelo fórum, a aprender como é que as coisas funcionam e como é fazer geocaching em Portugal. A verdade é que para um novato como eu, o facto de haver gente com milhares (!) de caches feitas é impressionante, mas não me diz muito sobre como se faz o geocaching por cá, já que, perdoem-me os mais ávidos/antigos/experientes, esses são uma minoria (esta palavra não é de maneira nenhuma usada em tom depreciativo). Afinal, quantas pessoas têm muitos founds? Quantas fazem dois ou três e depois desistem? Qual o número de founds que caracteriza o Geocacher português? Assim, procurei, pelo geostats (tops?!, rankings?!, ok, it's all about the numbers, alguém disse...), mas na verdade, os Goecachers que entram em qualquer das estatísticas são sempre uma amostra pequena e não dão um retrato geral da comunidade. Assim, depois de um download daquela lista de geocachers disponível (big brother is watching you...), uns minutos de origin mostraram-me isto:

estat.gif (40.57 KiB) Visualizado 2796 vezes

(Desculpem o tamanho da imagem, mas se ninguém tivesse mais de 2500 caches os gráficos tinham cabido na perfeição ).
Ora, pelo que se vê, não é difícil superar a mediana destes valores. O número de founds necessário para se ter 50% de geocachers com menos, e 50% com mais que nós é de 46 (estou quase lá!). Isto pode significar duas coisas (juntas ou em alternativa):

1. Há muita gente a começar, a uma taxa muito alta de novos geocachers por dia;
2. Há muitos a começar, e a desistir passados poucos founds.

Saber qual destas duas predomina já dá trabalho a mais para o tempo que tenho, se quero sair do primeiro gráfico em breve
O número de pessoas com mais de 500 founds é reduzidíssimo, comparado com os que têm menos. Se somarmos todas as barras do gráfico das pessoas com mais de 500 founds, ficamos com 113, menos de 6% do total de geocachers.
Para finalizar aqui vai um panorama geral (juntei na mesma coluna, os 6 geocachers com mais de 1500 founds):

Geral.jpg (10.39 KiB) Visualizado 2795 vezes

Se víssemos isto como uma 'pirâmide de idades' de um país, isto simbolizaria uma alta taxa de natalidade, e uma esperança média de vida baixa. Enfim, um país em vias de desenvolvimento. Como estamos a falar de Geocaching, temos um passatempo em rápida expansão e estou contente de entrar nele nesta fase. Temos pessoas suficientes para partilhar experiências com os mais recentes, e temos gente a entrar no jogo, i.e., mesmo que muitos desses fiquem pelo caminho, há muita gente com vontade de entrar no jogo a sério.
Boas cachadas a todos e obrigado por aguentarem este post até ao fim...

Hugo

[LMGomes]

Desde já parabéns ao Hugo por esta análise de interpretação dos números. A maior visibilidade dos Geocachers mais activos, seja nos fórums, seja nos founds, não permite uma caracterização mais sociológica deste fenómeno, uma vez que não traduz de uma forma estatisticamente válida o universo de geocachers, ou diria antes do universo de quem em algum momento já se dedicou ao Geocaching...

Ficarei atento às análises que espero que aqui surjam, uma vez que a minha curiosidade sociológica também já me tinha despertado para estas questões (deformação profissional), no entanto, não domino as ferramentas para "mexer" nos números.

Nos últimos dois anos o grande crescimento de GPSr veio fazer com muito mais pessoas experimentem o Geocaching e consequentemente um assinalável peso daqueles que rapidamente desistem ou que o fazem ocasionalmente. Evidentemente que fruto desse crescimento, ainda que minoritários, se assistiu a um aumento no número absoluto de Geocachers regulares e dedicados à causa, quando comparado com o que acontecia há um par de anos atrás.

Um dia destes seria interessante vermos como se distribuem geograficamente, por género, idade, etc. No fundo tirar a "fotografia" desta comunidade.

Mesmo sem "fotografia" continuaremos atrás das caixinhas....

LMGomes

[vsergio]

São sempre os mesmo a lixarem isto tudo, essa é que é essa.

Mas porque ele há os geocachers e os irremediavelmente doidos varridos pelas caixas (não pelos numeros) e pela sanidade que as mesmas lhes transmitem. Isto é uma terapia, acima de tudo. E aí as análises dos números já dizem pouco...

[alieri]

parabéns ao Hugo por esta análise de interpretação dos números.

idem...
muito interessante esta análise da estatística escondida nas estatísticas.

[t@ndre]

muito bem apanhado! parabéns pelo trabalho!

[danieloliveira]

(Desculpem o tamanho da imagem, mas se ninguém tivesse mais de 2500 caches os gráficos tinham cabido na perfeição ).

Hugo

Pois...a culpa é SEMPRE do Gustavo!

[prodrive]

Finalmente um tópico que me despertou algum interesse.
Parabéns Hugo pelo magnífico trabalho, e pela interessantíssima reflexão
Espero que nos continues a deliciar com essas estatísticas.
Eu até te recomendava para fazeres parte da equipa das Stats, mas isso era meio caminho andado para não entrares...

(Desculpem o tamanho da imagem, mas se ninguém tivesse mais de 2500 caches os gráficos tinham cabido na perfeição ).

Peço desculpa... não era minha intenção arruinar o teu trabalho .

[Silvana]

Parabéns Hugo! Está aqui um estudo muito interessante e que nos dá uma ideia mais concreta de como o jogo tem vindo a desenvolver-se e a evoluir.

[NecaXing]

exelente estudo sim senhor... PARABÉNS. Resultados interessantes. parece que existe uma quantidade enorme de muggles/geocachers...

[papaleguas]

Boas Hugo

Excelente tratamento Uma imagem vale sempre mais que mil palavras.

Gostava só de saber se o software que utilizaste foi o OriginLab 8 ou o Pro 8?

Eduardo

[hugonluz]

Boas Hugo

Excelente tratamento Uma imagem vale sempre mais que mil palavras.

Gostava só de saber se o software que utilizaste foi o OriginLab 8 ou o Pro 8?

Eduardo

Olá Eduardo,

Usei o Pro 7.5, mas podia ter usado qualquer programa básico que faça histogramas. Acho que uma estatística tem mais interesse do que um ranking. O ranking só nos mostra as 'excepções à regra', isto é, os casos que 'não entram para a estatística' (parece, mas não é um paradoxo).

É como nos telejornais: uns só mostram as más notícias, e outros só mostram as boas... ficamos sempre sem saber como está o mundo

Um abraço

Hugo