prodrive
abri esta thread para que todos possam aqui colocar os logs que gostariam que fossem partilhados e comentados pela comunidade.
Boa noite.
Gostaria de partilhar a versão original do
meu log na
URLWXLTXKFWNNXJKSRXVGT [omgwtflol!] . A versão publicada foi encurtada uma vez que a original ultrapassava os caracteres permitidos. Devo confessar que este log deu-me bastante gozo, espero que se divirtam a lê-lo tanto como me divertir a escreve-lo.
"Mas que cache FANTÁSTICA.
Seguindo as preciosas e muito úteis dicas do owner, dirigi-me ainda de madrugada para o aeroporto da Portela. Como no novo terminal para voos domésticos não se pode estacionar, resolvi ir de Táxi. Estava uma madrugada fria e muito húmida, e uma mancha de nevoeiro denso avançava lentamente em direcção à cidade. Como vindo do nada, de repente, surgiu-me um táxi parado à minha frente. Um Mercedes antigo, verde e preto, brilhava como se fosse novo. Estranhei, mas como estava frio, resolvi entrar. O Taxista arrancou de seguida sem que eu tivesse tempo a informa-lo do destino. No radio-cassetes ouvia-se: “ser benfiquista é...”. Roncou, duas vezes, e, enquanto virava a cabeça para trás sem tirar as mãos do volante e o pé do acelerador, disse; “Chefe, é pró aeroporto, né?” ... era o Zé Manel, o taxista. A alta velocidade rasgou o nevoeiro e em segundos estava estacionado em frente a uma avioneta Cessna já com os motores em funcionamento.
Nesse momento tive um ataque fulminante de daltonismo, e tudo ficou a preto e branco. Do aeroplano descia uma figura de gabardine e chapéu, parou, e do bolso tirou uma cigarreira de onde puxou um cigarro e um isqueiro a gasolina, e quando o acendeu a chama iluminou-lhe a face, era Rick Blaine que regressava de Casablanca após ter deixado um bar e um romance falhado...
Como já tinha entrado num táxi estranho, resolvi fazer o mesmo e entrei na avioneta. Sem visibilidade, a aeronave fez-se à pista e num instante estávamos a sobrevoar Camarate. Não passou um minuto quando o piloto me atirou para os braços um pára-quedas, e numa manobra de duvidosa habilidade atirou-me porta fora. Enquanto vinha por ali abaixo, tentava trepar pelas nuvens e agarrar o pára-quedas... bolas, como se chama mesmo aquele índio?? Não me recordei. Arrependi-me então de não ter prestado mais atenção às aulas da catequese, e como não sabia rezar pensei que fosse o meu fim. Sorte minha fui cair numa lixeira que aparou a queda.
Mas que smell... bolas, “terei morrido e isto é o inferno? “, pensei.. mas como continuava com frio conclui que o inferno não seria e o paraíso não era certamente. Estava vivo. Mesmo assim ainda hesitei entre o sorriso de felicidade e um estremecer do nariz...
Estava na hora de ligar o GPS. Latitude, Longitude, e lá vou eu. A bússola começou a girar de tal forma que levantou uma ventania que pôs o lixo no ar...liiiiindo, isto vai-me facilitar a busca...
Arrepiantemente, no meio de um nevoeiro denso, ouve-se soando de todas direcções uma voz sofrida dizendo “My Precious, My Precious”... era Smeagol, um Geocaher que habita aquela lixeira há séculos e que já foi o detentor da cache, enlouqueceu quando a deixou cair e nunca mais a recuperou.
Resolvi começar a andar numa direcção qualquer, e mal tinha dado o primeiro passo levo com uma bola no nariz, que se riu para mim e ali ficou a bater as asas, parada, à minha frente... “Mas o que é que é isto minha gente, o que é que é isto...” disse um homem que passou por mim com uns auscultadores na cabeça e um microfone na mão... Jorge Perestrelo??? Mal tive tempo para ficar espantado e passa Harry Potter montado na sua Nimbas 2000.
No meio deste corrupio, levo com um folheto que esvoaçava e fica a debater-se na minha cara. Agarro e e recupero a visão. Já vejo a cores e tudo parece normal à minha volta. O nevoeiro dissipa-se e avisto ao fundo uma moradia com umas linhas tipo anos 60 com um pequeno jardim à frente. O GPS recupera sinal e já não gira, apontando agora na direcção da casa. A distancia que informa leva-me a crer que a cahe está naquela casa. Avanço, são cerca de 500m. Tento espreitar para dentro de casa, mas nada. Resolvo bater à porta. Uma jovem senhora com uma grande cabeleira e uma curta saia abre-me a porta: “Vem para a reunião tupperware?”, perguntou. Da forma estranha que me estava a correr o dia, pareceu-me ser algo a que tinha de responder “Sim, esqueci-me foi das bolachinhas da avó em casa”. A simpatica jovem madou-me entrar e apontou o caminho da sala. O GPS já saltava, apontava para 5m. Era agora, ia chegar à cache e poderia voltar para a cama.
Quando entro na sala deparo-me com uns centenas de caixas espalhadas e amontoadas numa enorme mesa... vieram-me as lágrimas aos olhos de desespero. Bolas, que mais me vai acontecer? Ainda a primeira lágrima escorria pela face a baixo quando surguem a minha frente António Sala e a Amiga Olga, que a uma só voz dizem “A Chave ou o dinheiro?”... Canudo!!!É melhor o dinheiro, como o dia me está a correr ainda vou ter de pagar pelo meu Tupperware.
E agora, como sei qual deste tupperwares é a minha cache? Havia-as de todas as cores, vermelho tijolo, rosa, pretos, azuis...Pretos?
Deixa-me olhar bem para este... só pode ser este, está colocada atrás de um Bonsai e tem uma pedra quartzo em cima.
Bolas, estes geocachers escondem sempre a cache atrás de uma árvore e debaixo de pedras... esta não deu luta."