Tal como prometido aqui, estão as respostas que recebi da CM Mafra àcerca da existencia de geocaches no Penedo de Lexim, local classificado Arqueologicamente e de onde já foram retiradas e arquivadas duas geocaches no passado devido a esta mesma característica do local.
As pessoas aqui identificadas, Colaboradores da CM Mafra, sabem estas suas palavras seriam publicadas neste forum e sabem da actual situação em termos de números de caches e geocaches no País em comparação com a realidade de 2001.
Assim, em função do desenrolar deste tópico (ler desde o inicio, pf) tomaram-se três iniciativas;
1) uma
sugestão nos foruns da GS para que seja mostrada a lista de caches arquivadas num local quando se cria nova cache para que os novos owners ou owner da cache em criação se apercebessem dos motivos do arquivamento das anteriores caches e em função desse conhecimento, tomasse a decisão mais apropriada.
2) um contacto com o owner da actual cache a sensibilizá-lo para as particularidades do Penedo do Lexim e a informa-lo da retirada de duas geocaches anteriores devido a essas particularidades.
3) contactos com a CM Mafra (Arqueologia) a indagar da actual situação do local em termos relevância Arqueologia do mesmo e a questionar se o Penedo do Lexim já voltara a ser considerado local livre para actividades outdoor e, particularmente, o geocaching.
Em relação a cada um dos pontos, foram os seguintes os resultados obtidos;
1) Além de uma sugestão prontamente aceite de
alterar o pedido de funcionalidade para o aparecimento dos logs de manutenção, arquivo, e de Revisores de modo a dar informação quanto aos motivos de arquivamento de anteriores caches em vez de mostrar o link para a pagina completa das mesmas. Até agora não foi tomada uma decisão por parte da GroundSpeak em sinceramente, parece-me que o assunto será ignorado não vingando assim a nossa sugestão. É pena porque, pensamos que varios caso surgirão de caches colocadas em locais onde anteriormente não puderam permancer outras caches e, perante o desenrolar do tempo, esses motivos esvanecem-se e, sem ser propositadamente, estar-se-a a repetir erros do passado porque não é estabelecida a ponte entre o passado e o presente.
2) o owner da actual cache presente no Penedo do Lexim alega que obteve autorização verbal para a existencia da cache no local e disse que vai tentar traduzir essa autorização por escrito parecendo, assim, não ter ficado sensibilizado para as características particulares do local como, por exemplo, ficaram os owners das anteriores caches que ali existiram e que, após saberem da situação, prontamente as retiraram. Actualmente poderá haver um factor amenizante por talvez a cache estar mais afastada, embora o nome sugira que a mesma está no topo do Penedo do Lexim, e por não haver presentemente trabalhos de Arqueologia em curso - embora o local esteja sujeito à mesma classificação que tinha em 2002 como se verá abaixo.
3) as respostas que obtive da CM Mafra são as seguintes;
(como dito acima, estas pessoas forma informadas de que estas suas palavras seriam tornadas publicas, visto que as mesmas foram emitidas na qualidade de Funcionários Públicos, em exercício das suas funções, e estas palavras contêm informação e manifestam posições oficiais que merecem ser tornadas públicas)
2012/1/19 Marisa Pinto <dsc@cm-mafra.pt>
Exmo. Senhor
Na sequência do pedido de informação que nos remeteu, sobre a situação atual do Penedo do Lexim, informamos que o referido sítio é um Imóvel de Interesse Público, classificado pelo Decreto n.º 28/82 (publicado em Diário da República, I Série, n.º 47, de 26-02-1982).
Embora o projeto arqueológico ali promovido pela Câmara Municipal de Mafra tenha chegado ao seu fim, o local encontra-se abrangido pela legislação nacional aplicada a monumentos classificados (que impede eventuais alterações à estrutura e afetações de solo sem acompanhamento arqueológico obrigatório e sem o conhecimento do IGESPAR e da Direção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo), para além de se encontrar em propriedade privada.
Por estes motivos, o Penedo do Lexim continua a merecer um acesso seletivo, pelo que a prática de Geocaching, se praticada em excesso naquele ambiente frágil, pode contribuir para a degradação do sítio e consequente perda de informação a nível arqueológico.
Sem outro assunto de momento, agradeço a atenção dispensada.
Com os melhores cumprimentos
No uso da competência delegada
A Diretora de Departamento Sociocultural,
Paula Cordas, Dra.
Departamento Sociocultural
Câmara Municipal de Mafra
Praça do Município
2644-001 Mafra
Tel: 261 810 125
Fax: 261 810 126
dsc@cm-mafra.pthttp://www.cm-mafra.pt
Depois, ainda antes de saber da reacção do onwer da actual cache, que ocorreu neste mesmo dia mas umas horas mais tarde, pedi esclarecimento sobre "a prática de Geocaching, se praticada em excesso naquele ambiente frágil" e perguntei se essa parte, por ser sujeita a interpretações ambiguas ( o que é excesso?) poderia ser omitida da mensagem deles. Como disse, não sabia, naquele preciso momento, da resposta do actuial owner sobre a existência de uma autorização verbal para a permanência da cache.
Dias mais tarde, e após outra insistencia minha para a clarificação da mensagem da CM Mafra, recebi esta outra resposta;
2012/1/30 Paulo Fernandes <museu.sbranco@cm-mafra.pt>
Exmo. Sr. Manuel Antunes,
Pedindo desculpa por não termos sido mais claros, a verdade é que não temos qualquer jurisdição sobre o Penedo do Lexim. Trata-se de uma propriedade privada, classificada como Imóvel de Interesse Público (classificação de âmbito nacional, tutelada pelo IGESPAR).
Por uma questão de bom senso, pensamos que a prática de geocatching não deve ser autorizada naquele local sensível, agradecendo toda a colaboração que possa dar para a sua preservação.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Almeida Fernandes
Câmara Municipal de Mafra
Departamento Sociocultural
Gabinete de Património Histórico e Arquitectónico
Praça do Município
2644-001 Mafra
Tel: 261810125
Perguntei ainda pela indentificação do proprietário do terreno, mas ainda não recebi essa informação.
Portanto, a situação é de que o local continua a ter classificação arqueologica, está protegido por lei, mas a CM Mafra não tem jurisdição sobre o local para proibir, e calculo também que para autorizar, a existência de actividades de geocaching no local. Por isso, o assunto resume-se, tal como dito/perguntado no início deste tópico, sobre se o actual owner da cache existente no topo do Penedo do Lexim tem a sensibilidade que os anteriores tiveram. Isto, claro está, se a cache representar perigo para os vestígios arqueológicos do local - algo que só os especialistas poderão confirmar ou não. Até acredito que tenha autorização do proprietário do terreno (uma vez que da CM MAfra/Arqueologio não deve ser porque eles alegam que não têm essa jurisdição) mas a questão está em ter-se ou não a sensibildade que outros tiveram para preservar um local que ainda está classificado arqueologicamente.
E pronto, espero que este assunto sirva para despertar consciências e informar a generalidade dos geocachers para este tipo de situações.
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