Tal como tive oportunidade de comentar ontem durante o Hangout, este tema é recorrente. Desde que a linha foi desactivada nos anos 80 que foram sendo criados vários grupos de cidadãos (e não só) que pretendem ver este troço Pocinho - Barca d'Alva (e depois para Espanha) reactivado e de novo com comboios.
Depois, há os que defendem que deviam ser só os combóios turísiticos, como o vapor que também circula na linha do Douro para os turistas, e depois há ainda iniciativas menos ambiciosas com esta para algo mais à escala do que é esperado para um região do interior e com pouca população e turismo.
O problema está que a linha nunca foi abandonada, foi apenas desactivada, e sempre houve esperança de a verem reactivada. Ao contrário de outras, nomeadamente de linhas com um fim ou ramais (Vouga, Dão, Minho, Tâmega, Guimarães, etc) que primeiro foram desactivadas e só depois abandonadas para evitar a ira da população e que depois deixaram de estar sob a alçada da actual Refer para passar para os municípios e que foram transformadas em Ecopistas, esta (assim como outras) continuam apenas com o estatudo de desactivas pois é sabida a sua importância internacional, no caso da Linha do Douro é uma das poucas internacionais que temos e que nos pode ligar à Europa. Vejam o exemplo que que aconteceu este semana, com a inauguração do serviço directo entre o Porto e Vigo, uma clara aposta na ferrovia como meio de transporte eficiente. Mas há mais exemplos, o ramal de Estremoz que liga Évora àquela cidade nunca foi abandonado, e de vez em quando é limpo, apesar de há muitos anos não passarem lá comboios, pois é uma linha estratégica numa possível ligação ferroviária entre Sines e Madrid, por exemplo.
Mas enfim, vamos aguardando os desenvolvimentos. Não está fácil para justificar o investimento num projecto destes (neste momento já é preciso gastar muito dinheiro para voltar a ter a linha transitável, face ao estado actual da mesma), e enquanto não há comboio há uma linha desactivada de 28km para percorrer!