Finalmente, lá chega aquele tão desejado dia de geocaching! Que maravilha!
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Pilhas? - OK!
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Por vezes, o dia seguinte começa mal ou algo inesperado acontece apesar de todos os preparativos.
Alguém já passou por esta experiência?
Certamente que sim.
As duas situações mais frustrantes por que passei "apesar de todos os preparativos" foram; uma a fazer manutenção de uma cache minha e outra a colocar uma nova cache.
1) "Pilhas? - OK!" Not OK!
Fui recolocar uma cache que parecia ter desaparecido e que tinha relatórios de estar "ao lado das coordenadas". Afinal não estava desaparecida e tinha mesmo sido mudada uns metros para o lado. Como até gostei da nova localização, deixei-a ficar e comecei a registar as novas coordenadas. Puf! Pilhas abaixo. Centenas de quilómetros longe de casa. Já final de Domingo e com pressa nem dava para ir comprar mais pilhas e voltar. Resultado; voltei propositadamente lá só para registar as coordenadas da nova localização da cache. Não me tinha ocorrido de simplesmente voltar a colocar a cache no local original para as coordenadas ficarem certinhas. Em suma. Fui uma manutenção mesmo azarada e custosa!
2) "apesar de todos os preparativos" Nova cache. Planos. Entusiasmo. Tudo organizado e até tinha autorização de 'entidade regente do local' para colocar a cache. Só que... estava num passeio colectivo com cerca de ...250 pessoas não geocachers. Organizadores, guias, Protecção Civil... Só lá faltava o exército! Tinha que colocar a cache rápida e discretamente. Sabia o local exacto porque tinha estudado tudo muito bem nas cartas do Ozi e no GEarth. Era mesmo só colocar a cache e tirar correctamente as coordenadas.
Pois, aqui é que correu mal. O que eu escrevi algures para as minhas memórias;
"Éramos tantos e o caminho transformou-se tão apertado, uma vereda onde só passava uma pessoa de cada vez que ficámos ali parados à espera que a fila avançasse. Enquanto os primeiros já estavam a ser transportados de barco para a outra margem - era assim que o contrabando passava a fronteira naquela zona - os últimos ainda estavam a iniciar a descida...
Os meus receios confirmaram-se; perto do local de embarque, na Fonte de Bica, local que eu tinha referenciado pela leitura do blog da Rota e pelo TPC no Ozi, não havia possibilidade de escolher um sítio para colocar a cache nas calmas porque aquilo estava apinhado de gente.
Ainda subi um pouco a encosta e tirei uma foto do pessoal mas qualquer movimento fora do normal era logo acompanhado pelos olhares de várias pessoas de um e de outro lado do caminho.
Passados largos minutos de indecisão, e como o local já estava a ficar um pouco mais desanuviado porque já estavam a embarcar os últimos grupos, decidi ir até um pouco atrás no caminho para tentar esconder a cache, tendo justificado 'vou fazer um xixi' a quem me olhou surpreso por me ver afastar em direcção oposta à da marcha.
A ideia até parecia poder resultar não fosse...
Como sou esquisito a procurar local para colocar as caches e não consigo atirá-la para o primeiro monte de silvas que me aparece - apesar do que por aí se diz
-, demorei um pouco a colocá-la e entretanto comecei a ouvir vozes a chamarem-me... para ajudar à festa, o PDA bloqueou e perdeu a ligação bluetooth com o GPSr - problemas no emissor de rádio a que eu já estou habituado mas naquele momento não tinha nem a calma nem o tempo para os resolver. Ainda fiz reboot ao PDA mas, e porque não estava com a calma necessária, esqueci-me de fazer reboot ao GPSr. Resultado; a certa altura e após vários chamamentos por mim, vejo aparecerem-me um Bombeiro e dois agentes da Protecção Civil a olharem para mim espantados com a minha atitude - 'Então?! Que se passa? O último barco vai arrancar!'. Olho para a outra margem e vejo uma fila interminável de pessoal a subir a encosta do lado de Espanha, com os primeiros já a atingirem o cimo.
Com a cache esocndida no local, quase debaixo dos meus pés, não podia tirá-la à frente deles. Não tinha conseguido registar as coordenadas e estava perturbado pela situação e pelo que tinha acontecido ao carro - embora eu ainda não soubesse muito bem o quê. Decidi então abandonar a Rota e dizer aos agentes que tinha à minha frente que tinha recebido um notícia pelo telemóvel que me tinha perturbado e que tinha que regressar. Mentiroso. Mas não podia dizer que estava a esconder uma cache... Pensava eu que podia ficar ali nas calmas a registar as coordenadas e depois regressava a pé a Montalvão, analisava os estragos no carro e decidia sobre o resto do programa...
Mas eles, o Bombeiro e o das Protecção Civil, insistiram em que eu fosse com eles porque não podia ficar ali sózinho e eles davam-me boleia até Montalvão. Não resisti para não levantar suspeitas... e também não devia dar resultado. 'Terei que cá voltar para esconder a cache no melhor lugar possível e obter as coordenadas', pensei eu. 'Não é nada de saúde ou mal estar, é apenas uma notícia que recebi e que me tirou a vontade de continuar. Voltarei, nem que seja para percorrer o PR7, Caminho das Azenhas', reforcei eu. Ao que me responderam, 'Não venha sózinho!'. Pois...
O regresso a Montalvão teve de assinalável apenas o espectáculo de se ver uma fila interminável de pessoal a subir a encosta do lado de Espanha - não pude tirar fotos porque a Pickup amarela da Protecção Civil não parava de abanar e saltitar caminho acima, num daqueles trilhos onde parece impossível circular. Como eu ia na caixa, no dia seguinte ainda tinha dores no rabo.
Chegados a Montalvão, abriram-me os portões do recinto onde ficaram os carros e tirei o meu. Despedi-me do Bombeiro e dos Agentes da Protecção Civil e afastei-me umas centenas de metros com o carro a continuar a ter aquele comportamento estranho e preocupante, especialmente quando virava a direcção ou circulava devagar (De manhãzinha, ao fazer marcha a trás em curva, tinha batido com uma roda numa árvore que estava ali sossegadinha, coitadinha. Nada de chapa amolgada. Só pneu contra tronco da árvore)
Parei então numa recta espaçosa e fui espreitar por debaixo do carro. Era o que temia, a barra de direcção da roda da frente esquerda tinha entortado e estava mais curta o que provocava um afunilamento das rodas."
Vim até Lisboa a cerca de 60/70 kms/h... e em resultado; pneu novo e barra da direcção 'martelada' para ir ao lugar.
"apesar de todos os preparativos..."