Almada: toxicodependentes terão originado o sinistro
Fogo destrói armazém
Quarenta e quatro homens dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas e Almada combateram o incêndio de ontem no Olho de Boi
Um violento incêndio, aparentemente causado pela negligência de toxicodependentes, destruiu ontem por completo um armazém situado no Olho de Boi, uma pequena localidade constituída por imóveis abandonados, junto ao Tejo, no concelho de Almada.
Desconhecem-se ainda os exactos motivos que terão estado na origem das chamas. No entanto, ao que o CM apurou no local, alguns populares terão visto, pelas 07h00, um grupo de indivíduos a fugir a alta velocidade, vindos do local do incêndio.
O alerta foi dado pelas 08h00. Enormes chamas foram vistas a sair do interior de um armazém que, soube o nosso jornal, chegou a armazenar vinhos comercializados em diversos estabelecimentos do concelho de Almada.
A intensidade do fogo, e a quantidade de fumo por ele produzido, fizeram até com que diversos habitantes de Lisboa se apercebessem do sinistro, e alertassem os bombeiros.
De imediato foi constituído um dispositivo de combate às chamas. Dezanove homens dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, secundados por cinco viaturas, foram os primeiros a avançar. Logo de seguida, chegaram ao local do incêndio 25 bombeiros dos Voluntários de Almada, apoiados por seis viaturas.
A primeira preocupação foi a de evitar que o fogo se propagasse a densa mancha florestal, situada acima do local do incêndio. “Se as chamas se estendessem a esta área de mato, a nossa única alternativa seria a de combater o fogo a partir do Cristo Rei”, disse ao CM António Godinho, comandante dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.
Os três pisos do antigo armazém, de vinhos foram completamente tomados pelas chamas. O facto de o interior do edifício ser quase todo fabricado em madeira também facilitou a progressão do incêndio.
Os difíceis acessos, aliados à completa ausência de uma estrutura de combate aos incêndios no Olho de Boi, serviram para dificultar ainda mais o trabalho dos bombeiros.
Só pelas 11h00, após cerca de três horas de combate às chamas, é que o fogo foi dado como extinto. No entanto, o fumo ainda se continuou a libertar do armazém por mais algumas horas.
Nos trabalhos de rescaldo do sinistro, os bombeiros encontraram espalhados pelo chão do armazém diversas velas e seringas. “Há muito tempo que se sabe que diversos imóveis no Olho de Boi são locais usados pelos toxicodependentes para consumir droga”, concluiu o comandante António Godinho.
Miguel Curado
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